York Colors

Os yorkies coloridos são bastante recentes no mundo e mais ainda no Brasil, quando comparamos com o york clássico.

A criação no Brasil começou com a importação de cães vindos da Europa.

O inicio da criação dos “York Colors” foi a partir do cruzamento de um casal de york clássico (azul aço/castanho)

Para exemplificar o que digo, temos o Biewer Yorkshire Terrier que recebeu esse nome em homenagem aos seus criadores, o Sr. Werner Biewer e sua esposa, a Sra, Gertrude Biewer, criadores da raça Yorkhire Terrier e participantes de shows da raça na Alemanha, que em 1984 tiveram o nascimento de um York tricolor (azul aço, dourado e branco), a partir do cruzamento de um casal de york clássico (azul aço/canela). Após esse nascimento, iniciaram a seleção e cruzamentos programados para fixar a característica tricolor da pelagem.

O primeiro registro de um Biro Yorkshire Terrier foi em dezembro de 2004, na Alemanha, a partir do cruzamento de um casal de Biewers, onde nasceram 4 filhotes, sendo 3 Biewers e um Biro.

Os yorkies coloridos são o resultado de seleção genética de cores. Os genes coloridos  são recessivos e para manifestarem fenotipicamente precisam ser geneticamente homozigotos.

Por exemplo: um york chocolate é homozigoto recessivo no locus B, portanto bb.  Se for Bb será um portador de chocolate e não vai manifestar a pelagem e trufa marrom.  A pelagem gold  é geneticamente  homozigoto recessiva no locus E, portanto ee.

A pelagem merle não se trata de um gene recessivo, nesse caso é heterozigoto dominante, portanto Mm.  Os criadores que possuem Merles devem ser cuidadosos nos cruzamentos, existem critérios para  não permitir o nascimento de duplos merles (MM), onde os fetos poderão apresentar surdez, microftalmia que vão comprometer a saúde e qualidade de vida. Há de ser cuidadoso também na escolha dos casais para evitar o  “merle escondido” já que esse gene só vai despigmentar a eumelanina.  O ideal é fazer o teste de DNA, sempre que houver dúvida.    

A cor da pelagem do cão é determinada por diferentes locus que atuam em conjunto e em combinação. Porém,  um cão pode ser portador de cores diferentes, que não conseguimos ver e  que vai se manifestar somente nos seus descendentes.

Hoje em dia, com a facilidade dos testes genéticos, a criação de “colors” pode ganhar muito  em tempo,  quando comparamos com antigamente onde os cruzamentos eram feitos de forma empírica.

 

Os Yorkshires coloridos não são reconhecidos pela FCI (Federação Cinologica Internacional) e consequentemente pela CBKC no Brasil, onde o Biewer está em processo de reconhecimento. Porém vários cartórios de registro  tanto no Brasil como no exterior os reconhecem e emitem o pedigree.

 

Marina Valentini Gayer

Criadora e Médica Veterinária